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Investimento, custo, despesa ou gasto? Saiba diferenciá-los!

Entre as tarefas de consultoria empresarial, a etapa de avaliação detalhada dos históricos de entrada e saída é primordial para um bom planejamento estratégico do negócio. Por isso, a compreensão e a identificação dos montantes pertinentes a investimento, custo, despesa ou gasto praticados na empresa são exigências mínimas aos profissionais para elaboração e consulta dos relatórios contábeis.

Dessa forma, diante da importância do domínio técnico desses termos, vamos apresentar a conceituação de cada um com exemplos simples para que não persistam mais dúvidas sobre o tema. Continue conosco para saber mais!

Você sabe o que é investimento, custo, despesa ou gasto?

Não há dúvidas quanto à importância do domínio desses termos na contabilidade das companhias. Mas você realmente sabe diferenciá-los? Para isso, confira agora a sua definição seguida de exemplos!

Gasto

A terminologia refere-se a toda e qualquer saída financeira do negócio. Ou seja, é a renúncia de ativos empresariais com a finalidade de adquirir bens ou serviços para o funcionamento de qualquer modelo de negócio. Nesse sentido, investimentos, custos e despesas nada mais são do que modalidades específicas de gasto.

Como exemplo, é possível afirmar que desde as mensalidades pagas para o uso de softwares de gestão pelo setor administrativo (despesa) até a aquisição de matéria-prima em estoque (investimento) são, de modo genérico, considerados gastos da empresa.

Aqui, cabe ainda frisar que existem gastos que são gerados por eventos externos e incontroláveis à gestão do negócio, mas cabe à empresa arcar com eles. Assim, furtos, incêndios ou inundações são exemplos clássicos que, embora possam ser precavidos, são quase impossíveis de serem neutralizados. Essa modalidade de gasto é denominada “perda“.

Investimento

A finalidade primordial dos investimentos nas companhias é gerir meios tangíveis, mediante a aquisição de bens, para ampliar a lucratividade de acordo com os objetivos pré-definidos. No entanto, a medida deve necessariamente estar condicionada a estudos prévios sobre riscos, projeção do tempo médio de retorno financeiro, lucros decorrentes etc.

Dessa forma, como exemplo, a quantia investida para a aquisição de maquinários maiores e mais potentes em uma indústria de produtos têxteis enquadra-se nessa modalidade contábil.

Custo

Todo gasto despendido diretamente na produção de serviços e bens do negócio é incluído nos custos. Dessa forma, de modo geral, eles estão destinados à obtenção de recursos que garantam a continuidade do processo operacional nas empresas. Sem a aquisição dessa matéria ou força laborativa, as atividades empresariais ficariam paralisadas.

Nesse sentido, são custos, por exemplo, o combustível utilizado para o funcionamento dos maquinários nas indústrias, as obrigações financeiro-trabalhistas devidas a todos os funcionários atuantes diretos na produção de bens e serviços, os aluguéis dos imóveis onde a linha de produção acontece, os gastos para a gestão e o armazenamento de mercadorias.

Assim, repita-se: tudo o que estiver atrelado diretamente à produção será custo. Todavia, existem algumas considerações importantes que devem ser atentamente compreendidas, visto que causam bastante confusão.

A primeira consiste no valor de custo e de venda. A produção de cada item ou a prestação do serviço final somente se torna financeiramente viável em virtude de seu financiamento, a princípio, pelo ativo do negócio. Posteriormente, todo o gasto é convertido em lucro com suas vendas.

Para isso, o gasto total na linha de produção (matéria-prima, mão de obra etc.) deve estar embutido no valor de venda atacadista ou varejista, conforme o caso. Isso porque, caso a precificação do produto ou serviço seja idêntica ao valor praticado na venda, a empresa, por óbvio, não obtém qualquer lucro.

A segunda consideração diz respeito a qual tipo contábil (custo, gasto, despesa) em que o pagamento dos salários decorrentes da mão de obra inserida no âmbito administrativo se enquadra. Assim, como as atividades desses funcionários não estão relacionadas diretamente à produção de bens e serviços, esse gasto é parte integrante das despesas do negócio (o termo será mais bem explicado a seguir).

Por último, é importante frisar sobre a matéria-prima adquirida pelas empresas à linha de produção, mas que ainda estejam no estoque. Nessa etapa, os produtos estocados são considerados meros investimentos. Somente após serem devidamente baixados pela gestão e encaminhados para o setor de produção, serão considerados custos.

Despesa

Os gastos que estiverem excluídos da participação direta no processo produtivo e que, por óbvio, não sejam considerados investimentos, são despesas na empresa. A saída desses valores decorre da necessidade de obtenção de bens e serviços em setores alheios à linha de produção.

Além disso, essas despesas podem ser fixas ou variáveis, conforme a oscilação dos gastos em virtude do aumento ou diminuição da demanda de produção empresarial.

Assim, por exemplo: independentemente do período do ano, sócios de lojas especializadas na venda de chocolate detêm um gasto com o marketing desses negócios para aprimorar o processo de vendas.

Essa é uma despesa considerada fixa, porque, mesmo em períodos de maior venda, como datas festivas (Páscoa, dia dos namorados etc.), os gastos com marketing não são influenciados. Em outras palavras, o aumento dessa despesa fixa pode ascender a produtividade do negócio (aumento da demanda), mas não o inverso — o que a enquadra como não variável.

Por outro lado, as despesas variáveis oscilam proporcionalmente com a oferta e procura pelo mercado. Nesse sentido, por exemplo, é considerado variável o gasto com horas extras de funcionários da administração em virtude do aumento na procura pelos serviços da empresa pelo mercado consumidor.

Assim, empresas que ofereçam produtos consumidos pela maioria precipuamente em determinados períodos do ano (como a venda de chocolate) devem estar atentas a tais gastos.

Isso se justifica pelo fato de que esses negócios devem acompanhar as variações sazonais de procura para que os gastos em matéria-prima, por exemplo, não se tornem desperdícios — que são valores arcados exclusivamente pelo negócio em decorrência da ausência de uma boa gestão de projetos e recursos, provocando a redução nos lucros.

Qual a importância de diferenciá-los?

O domínio dos termos acima explicitados ultrapassa o mero preciosismo acadêmico. Na verdade, saber diferenciá-los nos balanços e relatórios contábeis permite que consultores, sócios e gestores consigam identificar melhor quais são os gastos desnecessários praticados pela empresa, qual a precificação mínima do produto fabricado para obtenção de uma porcentagem prefixada de lucros, entre outras percepções.

Em consequência, a empresa administra de modo mais eficiente seus gastos e ganhos em uma margem mais segura, desde que o planejamento estratégico a ser elaborado com base nesses dados seja adequadamente executado por toda a equipe. Por isso, identificar os tipos de gastos é indispensável para reduzi-los.

Além disso, os investimentos da empresa também podem ser mais bem aferidos e implementados, convertendo-os em aumento lucrativo real na empresa.

Afinal, os gastos, que englobam um conjunto de modalidades específicas, fazem parte da operacionalização das empresas e são elementos-chave para a elaboração de estratégias consultivas à redução de prejuízos e aumento da lucratividade.

Assim, a compreensão dos termos contábeis auxilia na aplicação da matriz GUT, que detém o objetivo de definir as prioridades dentro da empresa pelas equipes, influenciando positivamente nos resultados finais do negócio.

Agora que não restam mais dúvidas sobre o conceito de investimento, custo, despesa ou gasto, o que acha de entender a fundo como funciona o capital de giro na empresa? Fique conosco e saiba tudo!